Trabalho da aluna: Gabriela
As tradições do Gana são excepcionalmente interessantes nas artes, festivais e rituais. As vilas artesanais são popularmente conhecidas pela produção de téxtis e prendas de variadas cores e desenhos como o Kente, o traje típico dos reis da região central. Ao longo do país encontrará numerosos assentamentos tribais que ainda praticam suas crenças religiosas tradicionais. Não é estranha a existência de tótens e túmulos sagrados para os moradores, que não encerram apenas um místico elo de história africana, mas uma beleza artística inigualável.
As esculturas geralmente têm forma de animais, frutas ou vegetais que guardam uma importância particular no modo de vida tribal. A literatura do Gana é uma das mais brilhantes e ancestrais de todo o continente africano. Entre os escritores que viveram após do período independentista destacam Ayi Kwei Armah e seu romance “Os belos ainda não nasceram”; Kofi Awoonor e “Esta terra, minha irmã”; Amu Djoleto e “Furacão de Poeira” e Kojo Laing com “Buscar o doce País”. Além do romance, em Gana tem-se cultivado o teatro e a poesia.
Cores fortes, vivacidade, conceitos abstratos, profundidade teórica e força de expressão são alguns itens que justificam o prestígio. A África agora começa também a se estabelecer como referência das artes contemporâneas, que juntam tradição e presente em uma harmoniosa coexistência. Em Gana, um dos destaques no mundo de novas tendências está na pintura. No entanto, é difícil agrupar os artistas em uma só escola e definir um estilo único para a nova estética que se forma no país.
A complexa estrutura social de Gana, que conta com 79 línguas e 25 milhões de pessoas, é uma das razões da existência desse pluralismo estilístico. Cada pintor traz em sua obra uma diferente história de influências, marcada por tecido social, etnia, religião, educação ou até graus de urbanização de seu entorno. Porém é essa mesma complexidade cultural que abre espaço para a imaginação e intenso ritmo de criação. A cultura dinâmica do país parece estar sempre em evolução, impulsionada por seus artistas que buscam constantemente o aprimoramento de ideias estéticas.
Betty Acquah, por exemplo, traz no pontilhismo de seu trabalho a sua própria interpretação da sociedade ganense. Inspirada pela força da dança, seus pinceis buscam o movimento bailado. Para a artista de Cape Coast, a utilização constante de curvas e difusão dos pontos por todas as direções do quadro cria uma diálogo entre o fixo e o móvel. As cores escolhidas também fazem parte de sua marca.
Em Gana,
na região da Grande Accra, a estilização de caixões é uma febre,
considerada um símbolo emblemático da arte no país. Só na capital
Accra, já são mais de duas dúzias de estúdios especializados
espalhados pela cidade. E o número só não é maior, porque a
fabricação da obra exige muita técnica, talento e conhecimento
histórico – na maioria das vezes, passado de geração em geração
flutuando entre as famílias de artesãos.
As
primeiras formas dessa arte surgiram nos anos 50 e o grande
responsável pela criação do novo gênero foi o carpinteiro Seth
Kane Kwei. Ele sempre escutou de sua avó sobre suas curiosidades
entorno do avião e sua fascinação pelo meio de transporte aéreo.
Ela morreu sem ter a chance de viajar e para homenageá-la o jovem
carpinteiro resolveu preparar um belo caixão em forma de avião.
Mais do que um mimo, para ele era uma maneira de fazer com que sua
avó fizesse a sua viagem para o outro mundo na forma sempre sonhada.
Deste momento em diante, as encomendas e demandas não pararam mais e
a arte se espalhou pelo país.
Talvez
a mais visível (e vendável) contribuição cultural
de Gana seja o tecido conhecido como kente, que é amplamente
reconhecido por suas cores
e simbolismo. O kente
é feito por habilidosos tecelões ganenses, e os principais centros
de tecelagem situam-se em volta da cidade de Kumasi
(Bonwire
é conhecida como a terra do kente, apesar de algumas áreas da
região do rio Volta
também reclamarem o título).
Ali
se encontram vários tecelões produzindo longas peças de kente.
Estas peças podem ser costuradas juntas para formarem os
grandes turbantes
que são usados por alguns ganenses (especialmente chefes) e são
comprados por turistas
em Acra e Kumasi.
Os
Tres Fortes de Accra James Fort, Ussher Fort e Christianborg Castle
(Accra)