quinta-feira, 1 de junho de 2017

O NOVO REINO

Nome: Gabriela Quadros e Ricardo Afonso



O Novo Reino é o período considerado por muitos, como Ciro F. Cardoso, como o “auge da riqueza e do refinamento da civilização faraônica”.183 Suas principais dinastias foram a XVIII (1570 - 1307 a.C.), a XIX (1307 - 1196 a.C.) e a XX (1196 - 1070 a.C.). A cronologia e as datações relativas ao Novo Reino não apresentam tantas discrepâncias como os períodos anteriores. 

-- a XVIII DINASTIA: Segundo Heródoto, a passagem da XVII para a XVIII Dinastia transcorreu sem interrupção na linhagem da família governante. Kamósis, o último rei da XVII Dinastia, como se sabe, foi quem começou, a partir de Tebas, o confronto com os hicsos, sendo seus feitos de campanha registrados na célebre “Estela de Kamósis”.


--AHMÓSIS (1570 - 1546 a.C.): a fundação simbólica da XVIII Dinastia A fundação da nova dinastia, por Ahmósis, pode ter sido um ato simbólico, para demarcar a expulsão definitiva dos hicsos e a respectiva conquista e destruição de sua capital. O fundador oficial, Ahmósis, era parente próximo (possivelmente um irmão) de Kamósis, o último faraó da XVII Dinastia. 
--A ascensão dos militares Uma das principais fontes para a reconstituição dos acontecimentos dessa época é a tumba do “general” Amósis, construída na cidade de Nekheb (atual El-Kab), ao Sul de Tebas, perto de Hierakonpolis. O “general” Amósis era um tebano que serviu aos três primeiros faraós da XVIII Dinastia e deles recebeu muitas recompensas.

--A ascensão das mulheres: É voz corrente entre os egiptólogos que o Novo Reino foi um período em que as mulheres governantes brilharam mais do que nunca. São lembrados, por exemplo, os nomes de Hatseptsut, Nefertite e Nefertari. Uma explicação para esse prestígio das mulheres governantes é a da “pureza sanguínea”. As rainhas seriam reconhecidas como a única garantia que o governante fosse um “puro”. Segundo Cassin e outros, quando da expulsão dos hicsos, se esboçou “uma doutrina que tendia a fundamentar a legitimidade do trono sobre uma eugenesia, que pretendia exigir que o herdeiro do trono nascesse da grande esposa real e que esta, por sua vez, fosse filha de uma outra grande esposa real”


 --Amenófis I (1551-1524 a.C.): Ilustre e pouco lembrado Numa dinastia com nomes de tanta expressão (Tutmés III, Hatseptsut, Amenófis III, Aquenaton) corre-se o risco de, nas análises e avaliações, se deixar certos faraós, num imerecido plano secundário. Esse parece ser o caso do faraó Amenófis I


--Troca de deus = troca das terras A difusão do culto a Amón foi outra tendência histórica que também se confirmou no reinado de Amenófis I. Essa expansão do culto a Amón fez parte daquilo que alguns autores denominam de “reorganização e reconstrução do país”. Templos ao deus Amón foram erguidos em localidades do delta, onde o culto a Seth (incorporado pelos hicsos) estava mais enraizado.
--Na arte, um novo “estilo requinte” No Museu do Cairo existe uma cabeça de faraó que, segundo Cyril Aldred, e apoiado em comparações com relevos do mesmo reinado, tratase de uma representação do faraó Amenófis I, quando jovem. A ser correta a interpretação de Aldred, teríamos que, com Amenófis I firmou-se também uma nova maneira de representar os faraós. É aquilo que denominamos de Estilo Requinte, através do qual os modeladores passaram a representar os faraós com grandes cílios postiços e 
sobrancelhas que se alongam até as têmporas.


--Ouro e violência na conquista do Sudão: Nos registros da tumba do “general” Amósis consta que Amenófis I, para o qual o “general” também serviu, iniciou a conquista do Sudão. O Sudão, que os egípcios chamavam de país do Kush, era uma região que ficava entre a 2ª e a 3ª Catarata. Era por ali que o Egito recebia ébano, marfim, incenso, óleos, gado, peles de leopardo, plumas, galgos, babuínos e cereais. Assim como a cornalina, hematita, feldspato, turquesa, malaquita, ametista, granito e diorita


--O túmulo-capela e o Templo Milenário: Parece que foi com Amenófis I que se iniciou o costume de se fazer os rituais funerários em dois locais. Num era enterrado o corpo. No outro se erguia o que se denomina, não muito corretamente, de templo “funerário” para o culto ao rei morto.
--O começo das grandes ampliações de Karnak: Apesar de não aparecer como dos mais ilustres faraós do Novo Reino, para a cidade de Tebas, Amenófis I foi um faraó muito especial. Segundo Cassin e outros, em tempos posteriores à sua morte, ele foi considerado pelos seus habitantes como um de seus “heróis fundadores”. Junto com seu pai Ahmósis, sua mãe Amósis-Nefertari e sua esposa Ahmósis-Meretanum, foi cultuado como uma divindade tutelar da cidade.

TUTMÉS I (1524 - 1518 a.C.): continuismo e inovações: Essa ampliação do templo de Amón, em Karnak, teve em Tutmés I, um notável continuador. A seu pedido, o arquiteto Ineni ergueu um grande vestíbulo, com dois pilones monumentais (letra A da Fig. 204), diante dos quais mandou edificar 2 colunas pilares e 2 colossais estátuas suas, de mais ou menos 7 m.
--No Sudão, a violência como um espetáculo: A maior parte dos manuais apresenta o início da XVIII Dinastia dentro do seguinte esquema: a) Ahmósis expulsou os hicsos; b) Amenófis I organizou o país; c) Tutmés I garantiu à dinastia governante “uma dimensão nacional e internacional”. O outro esquema possível é ver Tutmés I, como um continuador, numa escala ampliada, daquilo que os outros começaram. Tal como seu sucessor, ele foi coroado corregente quando Amenófis I, do qual não era sucessor plenamente legítimo, ainda vivia.


--TUTMÉS II (1518 - 1505 a.C.): meio “puro” e sem carisma O sucessor de Tutmés I foi um de seus filhos não completamente “puro”. Sua mãe era uma esposa secundária do rei. Os herdeiros legítimos morreram precocemente. A única “pura” que sobrou foi uma princesa de nome Hatseptsut. Foi providenciado, então, o casamento entre ambos. Tutmés II não construiu muita coisa em Karnak. Sua tumba até hoje não foi identificada com segurança. Tampouco é conhecido o seu templo “milenário”. Enfim, um governo um tanto obscuro. Talvez pelo seu tempo de governo: apenas 14 anos.


--Na Ásia, diante do rio “que corre ao contrário” Depois da campanha da Núbia, Tutmés I ocupouse com a Ásia. Segundo o que deixou gravado em pedreiras da região, “sua fronteira meridional toca os limites do Kush, enquanto que a setentrional alcança a água que corre em sentido contrário, que flui para cima”


--HATSEPTSUT (1504 - 1483 a.C.): pacífica, articulada e poderosa Com a morte do esposo, a rainha Hatseptsut (Fig. 205) assumiu o governo na condição de corregente. Isso porque, o futuro faraó (Tutmés III), escolhido por um oráculo de Amon, ainda era muito jovem.
--TUTMÉS III (1483-1450 a.C.): “desportista” e belicoso No dizer de Francisco VELO, Tutmés III representou o “protótipo do faraó do Império Novo. Rei desportista, caudilho militar, visão universalista, enérgico e centralizador, com dotes de estadista e fomentador das artes e da cultura”.193 É uma definição inspirada, que suscita comentários, como a respeito de sua esportividade. Algumas de suas imagens (como a da Fig. 208) sugerem que ele tinha, de fato, um corpo bem equilibrado e elegante, flexivel nas articulações. Mas não se pense um Tutmés malhando ou jogando o que quer que seja. Os esportes que ele se retratou praticando eram as caçadas e cavalgadas. Além disso, é claro que pudemos supor uma prepração para a guerra, incluindo aí arremesso de dardo, arco e flecha, e até mesmo alguma corrida.
--AMENÓFIS II (1453 - 1419 a.C.): bravateiro e “política do terror” Se Tutmés III foi um “desportista”, podemos dizer que seu filho e sucessor, Amenófis II, foi um tanto bravateiro. Quando ele assumiu o trono, o Retenu se rebelou. Isso o forçou a intervir com seu exército na região. Nessa ocasião mandou lavrar uma “estela” em que, entre outras coisas, deixou dito que “não existe ninguém que possa vergar o seu arco, nem entre os do seu exército, nem entre os chefes beduínos, tampouco entre os príncipes do Retenu. Sua força é maior que qualquer príncipe que já tenha existido”


--Para o Retenu: uma política de “reféns políticos” Quando da 6ª campanha, consta que ele recomendava a captura dos filhos dos chefes locais. No dizer de seus escribas: “quando morriam os chefes, Sua Majestade fazia com que seus filhos ocupassem seus lugares”. 
  
autor: Doberstein Arnold W
Titulo: O egito antigo
editora: PUCRS
Ano: 2010
local: Porto Alegre

Egito Antigo
Livro por SOPHIE DESPLANCQUES


Este livro apresenta os grandes períodos da época faraônica e revela curiosidades como a origem do termo 'faraó' e quem foi o criador da escrita hieroglífica. A obra analisa a política interna e externa dos reinados dos principais soberanos e oferece ao leitor meios para compreender as particularidades desta civilização que nasceu e prosperou às margens do rio Nilo.









Assassinatos, tramas de roubos, desvios sexuais. Essas não são manchetes de hoje, são os primeiros escândalos registrados nos antigos hieróglifos egípcios. "Eles viviam como nós, tinham as mesmas esperanças, temores, ganância, luxúrias, sentimentos adúlteros". Mas tanto na época como agora, mas comportamento tinha consequências. São contos raros que expõem a Terra dos Faraós como nunca se viu. Esses são os escândalos do mundo antigo.










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