segunda-feira, 22 de maio de 2017

O REINO MEDIO

               SHEILA REIS E JESSICA COSTA TURMA A1 cea

                                                      O REINO MÉDIO

        O enunciado geral para o período chamado de Reino Médio é que o Estado faraônico voltou a ser um Estado unificado. O que fica em aberto é a questão da nomenclatura a ser usada para aquilo que foi reunificado. Como devemos denominar a situação do Egito que antecedeu tal reunificação? Para tanto temos que voltar a questão tratada anteriormente, ou seja, como devemos caracterizar o 1º Período Intermediário?Dois conceitos estão disponíveis. Um é o de Estados feudais, analisado atrás. O outro é o de Reinos Confederados. A diferença entre os dois não é apenas uma questão de semântica. A adoção do primeiro conceito – Estados feudais – induz a se pensar que a reunificação se processou a partir de um conjunto de Estados autônomos. De quantos? Dez? Vinte? De 42, que eram os nomos do Antigo Reino? Ninguém se arrisca a dizer. Estados independentes, igualmente desprovidos de recursos, voltados para dentro, sem grandes atividades mercantis.
A adoção do outro termo – Reinos Confederados –, que alguns egiptólogos estão começando a usar (mas que ainda não está consagrado nos manuais disponíveis) tem a vantagem de escapar da noção de unidades fechadas, desprovidas de recursos e desinteressadas no comércio. Outra vantagem dessa noção é que ela induz a se pensar num número menor de organizações, já que o conceito “confederação” implica na ideia de uma associação de Estados, autônomos em algumas coisas, mas subordinados a um Estado maior, a um Estado líder, em outras. Visto nessa segunda perspectiva, poderíamos vislumbrar a reunificação como sendo precedida da formação de três confederações. A do Norte, liderada por Hieracópolis, a do centro, capitaneada por Tebas, e a do Sul, por Elefantina. Especulando um pouco mais, poder-se-ia pensar que a fonte dessas 3 hegemonias viesse do controle das 3 principais rotas de negócios que o Egito explorava. A do Sinai teria ficado com Hieracópolis. A do Mar Vermelho, via Wadi Hammamat, com Tebas. A da Núbia, com Elefantina
.A ideia que se tem é que a reunificação se deu a partir da confederação liderada por Tebas, que primeiro teria dominado o sul, até Elefantina. Teriam restado então duas confederações, a do Sul, liderada por Tebas, e a do Norte, por Hieracópolis. No confronto final, Tebas venceu Hieracópolis, reunificando o Egito.
O príncipe que liderou a unificação era devoto do deus Monthu, representado como um falcão, com uma coroa formada de um sol e duas penas.Antes da ascensão do deus Amon, na XII Dinastia, Monthu era o deus principal de Tebas. Com a adoção de Amon como deus dinástico foi dado a Monthu o papel de seu filho, até ser substituído nesse papel pelo deus Khomsu.Governou de 2062 a 2012 a.C. Os primeiros vinte anos de seu governo, ao final dos quais trocou de nome pela primeira vez, foram destinados a consolidar a unificação. Os métodos foram diversos. Desde o emprego da força até a negociação. Dos príncipes locais, alguns foram demitidos, outros conservados, mas sempre formando os quadros de seus delegados provinciais e de representantes para missões especiais só com tebanos de origem. Os anos seguintes foram de ações externas
Tal tese da continuidade histórica, aplicada aos grandes processos, não tem dúvida que se confirma. Na política externa, as ações dos governantes do Reino Médio constituem, basicamente, em reafirmar a garantia da presença do Egito no Sinai, na rota do Wadi Hammamat, e na região entre a 1ª e a 2ª Catarata. Tal como no Antigo Reino. Na política interna, as ações governamentais consistiram em procurar o ponto de equilíbrio entre o centralismo e o regionalismo. Já no tocante à cultura, essa tese da notável continuidade não é tão pacífica. Aliás, isso foi lembrado pelo seu próprio autor quando enunciou que o referido enunciado só pode ser acatado “se descontarmos modificações secundárias ou de detalhe”.Essa mesma questão pode se apresentar quando se trata da estatuária do faraó Monthuhotep. Existe uma estátua que acredita-se ter feito parte daquele conjunto de figuras do rei colocadas no pátio arborizado do seu templo funerário. Ao lado dos signos tradicionais como a coroa e o barbicacho da realeza, os braços cruzados, portando o açoite e o cajado, aparecem características diferentes da estatuária do Antigo Reino, como é o caso dos pés, desproporcionais ao resto do corpo. Existe outra imagem do faraó Monthuhotep, a qual foi milagrosamente conservada no interior do seu templo funerário, enrolada em panos e praticamente intacta. O faraó aparece sentado, num alinhamento de absoluta verticalidade. Traz a coroa vermelha do Egito do Norte e está envolto num pano de linho branco, usado no ritual do jubileu. Os braços estão cruzados na altura do peito e também carrega o barbicacho postiço. Todos esses aspectos alinham a figura na representação tradicional dos antigos faraós do Norte.No aditamento dessa tese das mudanças consideráveis, em decorrência de uma presumível “africanização” dos círculos ligados ao faraó, podem ser lembradas as tumbas de mulheres da corte (esposas do rei?), as quais, na pintura, são pintadas de negro, e nos relevos, revelam caracteres africanos.Sobre o sucessor de Monthuhotep I o que se sabe é que teve um reinado bastante curto. Não obstante, parece que realizou muitas obras nos templos, principalmente no Norte, com trabalhos de relevo de admirável sobriedade. Outra marca de seu governo foram as grandes expedições na rota do Wadi Hammamat.
O intendente Henenu, comandante de uma delas, deixou gravado nas pedreiras do local o relato da expedição. Uma parte da expedição ficou extraindo blocos de pedra, enquanto a outra seguiu a pé até o Mar Vermelho, com produtos e o madeirame para construir navios. Ao longo dos quase 60 quilômetros que separam as pedreiras do litoral do Mar Vermelho foram perfurados 12 poços para suprir o comboio de água.No caso do último faraó da XI Dinastia, o rei Monthuhotep III, repete-se o caso de outras situações anteriores, cujas informações sobre o governo dos reis que encerram uma dinastia escasseiam de tal forma que se fica com a impressão que os mesmos foram marcados por crises e descalabros. 
Como quase sempre acontece, o transcurso da XI para a XII Dinastia está envolto em mistério. A impressão mais comum entre os historiadores é que ela foi acompanhada de um “golpe de Estado”, pelo qual o vizir Amenemat (literalmente “Amon (Amen) está (ne) na cabeça (mat)”, no sentido de “Amon está no alto”) teria sido conduzido ao poder depois de um período que se supõe conturbado, com uma forte oposição que, inclusive, poderia ter assumido o caráter de uma guerra civil entre os partidários do novo rei (incluído aí o clero de Amon) e os partidários do rei “deposto” (incluído aí o clero de Monthu). Mas tudo isso, por enquanto, são hipóteses de pesquisa ainda não inteiramente comprovadas. Uma das mais marcantes realizações do governo de Amenemat I foi a edificação de uma nova capital. Tratava-se de capital fortificada, nas proximidades de Mênfis e do Lago Moeris . A cidade passou a se chamar de Amenemat Ity-Tauy (literalmente “Amenemat conquistador das duas terras”), ou simplesmente Ity-Tauy.
Foi na nova capital que se abriram escolas para a formação de futuros funcionários da administração real, escribas leais ao novo governo. Um texto que circulava nessas escolas era o Kemit (ou, o Livro das Instruções), mais conhecido como a Sátira dos Ofícios, denominação dada pelo grande egiptólogo Gaston Masperó. O seu tema: um pai conduz o filho para a escola e aproveita o ensejo para os seguintes ensinamentos:
Uma importante mudança verificada na representação desses dois últimos faraós da XII Dinastia – Senuosret III e Amenemat III  – foi a substituição das imagens serenas e impassíveis dos faraós do Antigo Reino, pela de governantes com as feições mais enérgicas, duras, contraídas e até mesmo um tanto ameaçadoras. É um estilo da estatuária faraônica que poderíamos chamar de ESTILO SEVERO.

Doberstein,Arnaldo w. Egito Antigo,Porto Alegre,ediPUCRS. 2010



               RELIGIÃO E MAGIA NO EGITO ANTIGO



Sinopse: Todos os aspectos da sociedade egípcia, da educação e do direito à medicina, do nascimento à morte, foram permeados pela religião e pela magia, e dominados por forças divinas do sol e do Nilo. Neste trabalho instigante, Rosalie David traça a história das práticas da fé egípcia. Religião e Magia no Antigo Egito é o primeiro livro a fornecer uma visão histórica completa das crenças dessa civilização extraordinária, abrangendo desde os primeiros assentamentos em 5000 a.C. até a província romana do século IV a.C. No fim do livro, a autora disponibiliza um glossário com novas traduções de feitiços egípcios. Um trabalho essencial para estudantes, estudiosos, ou qualquer pessoa fascinada pelo mundo antigo. Perfeito para fins educativos ou somente como passatempo. Se você tem paixão por um bom livro,Religião e Magia no Antigo Egito será um deleite!

David,Rosalie.Religião e magia no Egito Antigo,Editora Difel,2011.



O Egito é o lar de muitos famosos tesouros arqueológicos do planeta. Ao longo dos últimos cinco anos, o país sofreu uma tumultuosa revolução e o número de turistas despencou. Este programa acompanha uma série de indivíduos determinados a colocar o Egito de volta ao topo: ao descobrir mais da sua história, manter suas tradições seguras e convidar turistas a visitarem o país novamente.

https://www.youtube.com/watch?v=062miemAXb0
22-05-2017

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