EGITO PRÉ-DINÁSTICO: Nomes: Endric Santos e Maurício Baptista cea
Uma das maneiras
bastante recorrente de
se apresentar o começo
da “civilização” egípcia
é aquela que reconhece
como fato culminante,
desse processo histórico,
a unificação do Estado
faraônico.1
O testemunho
desse fato culminante
seria uma série de objetos
trazidos à luz ao final do
século XIX, entre os quais
se encontram a célebre
Paleta de Narmer, a maça do Rei Escorpião, a
cabeça coroada de Hórus, encontradas no sítio
arqueológico de Hierakonpolis. Como a
estimativa é que tais objetos tenham sido produzidos
por volta de 3100 a.C., esse esquema explicativo colocava as ocorrências anteriores a essa data quase
que na pré-história. Ou, quando muito, numa fase de
transição entre a pré-história e a história. Nessa fase de
transição é que teriam se operado, entre as populações
que se fixavam ao longo do Nilo, aqueles processos
históricos que as teriam preparado para entrar em seu
“estágio” avançado de civilização. Tais ocorrências, em
alguns casos, foram chamadas de “fatores de êxito”
para o surgimento da civilização. Entre tais “fatores de
êxito” estariam a revolução agrícola, a divisão social
do trabalho (surgimento das elites) e certos avanços
técnicos e científicos, como a invenção da escrita.
Uma série de pesquisas, nos últimos 30 anos, tem
levado vários estudiosos a propor uma nova e grande
hipótese de trabalho, ou seja, que a civilização
egípcia teve suas raízes na própria África, e não
necessariamente por influência da Mesopotâmia.
Essa é a hipótese que aqui chamamos de Hipótese
Pan-Africana.
Nessa série de novas investigações, o sítio da
antiga Hierakonpolis – do grego polis (cidade) e
hierakon (falcão) – tem se mostrado como um dos mais
importantes. Chamado pelos egípcios de Nekhen,
o local sempre foi associado pelos especialistas ao
nascimento da monarquia e do Estado faraônico.
Diversos objetos ali prospectados testemunham
que os primeiros faraós tinham ligações com o local.
Foi nesse sítio, no chamado “Depósito Principal”
do Templo de Hórus do período pré-dinástico, que uma equipe de Flinders Petrie,
Outra novidade que as recentes
pesquisas de Hierakonpolis estão
revelando é que uma boa parte
dos fornos, que anteriormente se
acreditava serem todos destinados
à produção da cerâmica,
se destinavam à produção
da cerveja em larga
escala. Recentemente
(entre 2004 e 2005)
foi trazida à luz uma
“cervejaria”, situada nas
proximidades do Wadi Abu Suffian, cujos restos estão mais
bem preservados que aquela que já era conhecida.
Sobre esta última, Renée Friedman fala de uma
produção “(...) estimada em mais de 1.000 litros de
cerveja por dia. O dispositivo podia fornecer uma ração
quotidiana para mais de 300 pessoas”.
A “cervejaria” recentemente descoberta, era constituída de oito lareiras circulares, compostas de
pequenos pilares de argila cozida, que serviam
de base ao tonel que era levado ao fogo com a mistura
da qual se obtinha aquela bebida que, junto com o pão,
formava a base da dieta quotidiana dos egípcios.
Para Renée Friedman ainda é muito cedo para
dizer se tais “cervejarias” devam ser consideradas
como fazendo parte do domínio da realeza ou
funerário. E, também, se a grande quantidade de
combustível vegetal que as mesmas exigiam possa
ter provocado a desertificação da local.8
Mas, por
outro lado, a autora avança num outro enunciado
que reforça a grande tese que essas pesquisas
estão formulando, ou seja, que em Hierakonpolis, por
volta de 3800 a.C., o embrião do Egito faraônico já
estava se formando. No seu entender
Entre as tantas novidades reveladas pelas
escavações de Hierakonpolis, a Tumba 23 é vista como uma das maiores evidências do grau
de hierarquização dessa sociedade, em meados de
3800 a.C.. Trata-se da maior tumba desse período
até agora conhecida.
Seus principais elementos constitutivos eram uma
câmara funerária retangular de 5,5 m de comprimento
por 3,1 m. de largura e uma profundidade de cerca
de 1,2 m. É o mais antigo monumento funerário
egípcio, até agora conhecido, que apresenta traços
de uma superestrutura. Oito buracos
de postes, dispostos de cada lado da câmara
funerária, indicam que ela possuía essa cobertura.
A dúvida é se a mesma era de madeira ou de juncos
trançados. Ao lado da câmara funerária subsistiram
buracos similares, também alinhados, que indicam
possivelmente uma construção em separado, talvez
uma capela de culto Ao redor da câmara funerária principal foram
feitas outras covas que apontam
para o enterro de outros corpos, dos quais ainda não
se tem maiores indicativos se eram de familiares dos
titulares ou de serviçais que acompanharam seus
senhores quando de sua morte.
2: Referências
Doberstain, Arnold W, O Egito Antigo, Porto Alegre, 2010, ediPUCRS.
3: Sugestão:
https://books.google.com.br/books?id=1YSZKJU6ZLoC&printsec=frontcover&dq=egito+antigo&hl=pt-BR&sa=X&redir_esc=y#v=onepage&q=egito%20antigo&f=false
Escrito por: João Fernandes da Silva Júnior
Publicado em: Clube de Autores, 29 de set de 2012
Introdução:
Egito, terra de mistérios na qual viveu uma fascinante civilização que deixou gigantescas construções como um legado de sua tecnologia e de seu conhecimento extraordinário. Inicialmente comentamos que somos um apreciador do tema Egito, mas não somos um egiptólogo. Materializamos esse livro tendo como base alguns anos de pesquisa sobre o tema, o qual, aliás, sempre foi de nosso profundo interesse. Comunicamos também que este livro resulta de um trabalho exclusivamente de ordem histórico-religiosa. O nosso foco é o Egito desde seus tempos imemoriais. O antigo povo egípcio era detentor de avanços tecnológicos substanciais: já era conhecida e utilizada a operação de vasectomia; os faraós usavam preservativos (camisinhas); conheciam a Trigonometria; etc. Foi descoberta uma mandíbula egípcia por um grupo de pesquisadores. Ela data de aproximadamente 2750 a. C. e apresenta duas perfurações abaixo da raiz do primeiro molar. Esse fato indica que foi realizada uma drenagem de um abscesso naquele dente. Escavações recentes nos locais de trabalho da construção da pirâmide de Gizé levaram à descoberta de evidências de cirurgias realizadas no cérebro de um trabalhador que continuou vivo por mais dois anos após os procedimentos. Dessa forma entendemos que o império egípcio foi marcado por feitos científicos totalmente fora de seu contexto de época.
4: Vídeo indicado:
Um vídeo muito bom sobre o Egito Antigo e ótimo pra quem quer aprender sobre esse assunto, o vídeo está ótimo, muito bem explicado e quem quiser dar uma olhada vale a pena.
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